D. Basílio do Nascimento sublinha que os timorenses vivem agora em paz, mas refere que é preciso amadurecer a democracia.
09-04-2012 17:48 por Domingos Pinto
O bispo de Baucau está apreensivo com a elevada corrupção que afecta a sociedade timorense e reconhece que é preciso amadurecer a democracia. Na primeira entrevista após a sua nomeação para a presidência da Conferência Episcopal de Timor-Leste, que o Papa acaba de criar, D. Basílio do Nascimento diz que as riquezas não estão a ser distribuídas da forma mais justa.
“Segundo os relatórios dos observadores internacionais, Timor está um país corrupto. Os países que têm petróleo, infelizmente, são poucos os que beneficiam disso e uma grande parte da população não recebe essa riqueza”, alerta o bispo de Baucau, em entrevista exclusiva à Renascença.
D. Basílio do Nascimento sublinha que os timorenses vivem agora em paz, mas refere que é preciso amadurecer a democracia. “Há alguma apreensão, fruto da nossa imaturidade, que é também consequência de uma caminhada que se fez”, explica.
Comparando o clima de hoje com o clima de há cinco anos, o "de hoje está um bocado mais pacífico", afirma o bispo de Baucau. "Sinto que as pessoas estão mais conscientes em relação à convivência democrática", diz.
Um sonho tornado realidadeEra um sonho antigo que Bento XVI agora concretiza com a criação da Conferência Episcopal Timorense. Trata-se de "um passo importante para a Igreja timorense", diz D. Basílio do Nascimento.
O bispo de Baucau sublinha que existem duas prioridades essenciais neste momento: “O grande desafio em Timor é a evangelização dos baptizados e a outra é a formação do clero, que é uma das coisas que a Nunciatura nos pediu para ternos em atenção”.
Timor tem uma das mais pequenas conferências episcopais do mundo - três bispos. Para a vice-presidência foi nomeado o bispo de Díli, D. Alberto Ricardo da Silva, e como secretário-geral D. Norberto do Amaral, bispo de Maliana, a terceira e mais recente diocese timorense.
O bispo de Baucau vai estar em Fátima como observador na próxima assembleia plenária da Conferência Episcopal portuguesa, que vai decorrer entre 16 e 19 de Abril.
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