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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009

TIMOR-LESTE LANÇA CAMPANHA PARA MUDAR IMAGEM NO EXTERIOR

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Último Segundo – 22 Junho 2009

Lisboa, 22 jun (EFE) - O Timor-Leste, um dos países mais jovens e pobres do mundo, deu início a uma campanha para mudar sua imagem no exterior, demonstrar que se encontra em paz e confirmar que deixou para trás seu passado violento.

A ex-colônia portuguesa "é agora segura, as mulheres e as crianças podem andar tranquilas pelas ruas, as pessoas fazem festa à noite e a melhor notícia que temos para passar ao mundo é que há paz e estabilidade", afirmou à Agência Efe a mulher do primeiro-ministro timorense, Kirsty Sword Gusmão.

A mensagem da primeira-dama foi lançada apenas um ano e quatro meses depois de um comandante do Exército timorense ter tentado matar o presidente da República, José Ramos Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Sword Gusmão faz uma viagem por Portugal, a antiga metrópole do Timor-Leste, para estimular as relações bilaterais e tentar mudar o conceito que há no exterior sobre o país, o mais pobre da Ásia.

A esposa do premiê e ex-chefe de Estado tem uma ampla agenda de reuniões e visitas a instituições em Lisboa, que incluem a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e a Assembleia da República.

Além disso, nas duas semanas nas quais ficará em Portugal, ela visitará outras cidades portuguesas e agendou encontros com responsáveis de várias fundações e ONGs que podem apoiar o Timor.

Sword Gusmão reconhece que o Timor-Leste ainda tem "graves problemas relacionados com a educação e a saúde", mas diz acreditar que começou uma nova era de prosperidade, depois que o país se tornou independente, em 2002, após 24 anos de ocupação indonésia e quatro séculos de colonização portuguesa.

"Uma altíssima porcentagem da população vive com menos de US$ 0,50 ao dia, e embora tenhamos começado a registrar mais atividade nos bancos, parte dos timorenses acredita que os estrangeiros são os únicos que lucram", afirmou a primeira-dama, nascida na Austrália.

A instituição que preside, a Fundação Alola, luta para combater a alta taxa de mortalidade das mulheres no momento do parto e para erradicar o analfabetismo, uma tarefa na qual o país conta com uma "grande ajuda do Brasil e de Cuba", acrescentou.

O Timor-Leste, com uma população de cerca de 1 milhão de pessoas, sofreu uma onda de violência em 2006 quando 600 militares rebeldes instigaram uma revolta popular que deixou 37 mortos, mais de 100 mil deslocados e forçou a renúncia do então primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

A crise, que deixou a ex-colônia portuguesa à beira da guerra civil, começou por causa de demissões desse grupo de militares nas fileiras do Exército, devido a denúncias de corrupção e nepotismo dentro das Forças Armadas.

O pequeno país, que ocupa a metade leste da ilha do Timor, atravessou, na época, uma instabilidade que "foi enfrentada nos anos seguintes", afirma a primeira-dama.

"Há alguns meses, depois do período de violência e medo, deixei de usar os guarda-costas que protegiam a mim e a meus filhos, pois acho que já não precisamos dele nessa nova fase", afirmou Sword Gusmão.

"Assim, demonstramos à população a confiança na tranquilidade que vive nosso país", ressaltou.

Ela mesma esteve envolvida nos agitados tempos da luta contra a Indonésia e foi uma ativista clandestina a favor da independência do Timor-Leste quando trabalhava como voluntária pró-direitos humanos em Jacarta entre 1992 e 1996.

Durante esses anos conheceu Xanana Gusmão, primeiro por correspondência e depois pessoalmente.

O premiê estava preso por fazer parte da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).

Gusmão foi solto em 1999, um ano depois se casou com ela e em 2002 se tornou o primeiro presidente da recém-criada república timorense, para, em 2007, ocupar o cargo de primeiro-ministro, após as eleições realizadas esse ano. - EFE prl/db

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